Aos fazedores de espadas de fogo de Cruz das Almas, a missão II; Audiência Pública não vai resolver

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A ‘guerra’ travada nos últimos anos, entre os fazedores de espadas de fogo (artefato feito com bambu, pólvora, barro, limalha, barbante e outros materiais – fogo de artifício tradicional no período junino), do município de Cruz das Almas e a Polícia Militar Baiana, para definir quem pode mais, teve mais um capítulo neste final de semana.

No entanto, ao contrário do houve na madrugada do último dia 1º, desta vez não há relatos de uso de gás de pimenta por parte da PM, que publicou em suas redes sociais, a apreensão de mais de mil unidades do artefato já fabricado, dezenas de quilos de pólvora (que foram queimados – confira no link abaixo) e outros materiais utilizados para a fabricação, encontrados em uma localidade rural do município. Além disso, a polícia voltou a percorrer bairros aonde espadeiros se reuniam para fazer a tocada dos fogos.

Ainda sobre o ocorrido na madrugada do quinta-feira (1º), após os shows da Alvorada da Rio Branco, em que as pessoas reclamaram da ação dos militares, a repercussão negativa da operação, resultou até o momento, num encontro entre o presidente da Câmara Municipal, Thiago Chagas e o vereador Paulinho Policial, com o comandante da 27ª CIPM, Major Alexandre MessiasDa reunião, nasceu a ideia de realizarem Audiência Pública, para mais uma vez, debaterem sobre um problema que já se arrasta há dezenas de anos.

Apesar da intensão dos dois parlamentares, mas Audiência Pública sugere discutir com a população sobre uma determinada temática de seu interesse. Nesse caso, mesmo a questão em si, ou seja, o efeito, também interessar à toda sociedade local, o problema está na causa. E os causadores, todos já sabem quem são.

E como os próprios moradores da cidade comentam, que só deixam para debater o problema às vésperas dos festejos juninos e não dar em nada, acreditamos que essa audiência, também não vai resolver.

Então, sem nenhuma pretensão aqui, de querermos ensinar ‘missa ao vigário’, até porque não somos donos da verdade, longe disso, mas entendemos quê, no lugar de uma Audiência Pública, o melhor será ter um diálogo direto com os espadeiros. Apresentando para eles, algum plano, sugestão, enfim, algo que os façam enxergar e entender que, efetuando as mudanças necessárias na atual fórmula de fabricação desses fogos, trará benefícios para todos e mais ainda, para a categoria.

Reforçando o que escrevemos no artigo anteriorquando dissemos que essa missão, cabe e esses fazedores dessas espadas, após um pouco mais de reflexão, acrescentamos as participações do poder público e a iniciativa privada para colaborarem nessa missão possível. Basta fazer esses espadeiros enxergar agregamento de valores nessa mudança de fabricação, sem haver perda do brilho do espetáculo e muito menos, prejuízo à riqueza da tradição.

E nesse sentido, queremos dar a nossa humilde contribuição, com algumas sugestões: 1 – a prefeitura em parceria com outros governos e ou comércio, realizem campanhas focando a tocada desses fogos como uma atração turística; 2– disponibilizem linhas de créditos (com juros baixo) para as famílias dos espadeiros que se adequarem às regras, produzirem por exemplo, brindes como miniaturas de espadas, camisetas e outros adereços alusivos, para venderem à esses turistas; 3 – disponibilizar um local para a comercialização desses produtos no período. Enfim…

Pois, o tempo tem mostrado, que tentar repreendê-los, através do uso da força da PM e ou pelo rigor da Lei 10.826/2003 (desde 2011 o Ministério Público proíbe, porém, continua sendo fabricada), até agora não tem dado certo. E aí sim, no meio desse ‘fogo cruzado’, a população geral, vem sofrendo as consequências.

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